sexta-feira, maio 08, 2009

O rochedo, a Lua e o Mar



Era uma vez,
Não,
Eram muitas vezes, as vezes todas que quiser,

Um planalto.

O que é um planalto?
Ora, é um alto ao comprimido e plaaaaaaaaano!

Nesse planalto existia um rochedo gigante que quase tocava a lua,
A trovoada era a sua namorada, moça rebelde com temperamento fugaz e brusco,
Um dia a trovoada decidiu beijar o rochedo e com tal delicadeza o fez que o fendilhou de alto a baixo, formando assim uma gruta secreta no seu interior.
Nunca mais o rochedo quis saber da trovoada e para colmatar tamanho buraco que ela lhe deixou no seu delicado interior, decidiu albergar todos os que por ali passavam para fugir dela.

Grande mágoa do rochedo que sempre tinha de a ver por ali a rodopiar assustando todos e tudo com grandes ecos e clarões! Que miúda difícil essa!

E ele não podia sair dali, não podia fugir, só tinha de olvidar-se da sua existência virando-se para dentro da sua gruta e conversando com os seus amigos.

A lua era sua amiga, amiga de uma vida, sempre aparecia para conversar com ele, contavam todos os segredos secretos um ao outro.

Um dia o rochedo perguntou á lua,

Ó LU, tu daí do alto que vês? Eu com medo da trovoada voltei-me para o meu interior e esqueci-me já de como é o “alto ao comprido e plano”, que nos rodeia, da vastidão, da beleza infinita!
Só me resta falar com os meus amigos morcegos e ratinhos e aquela paca que ás vezes por aí aparece, gostava de saber como é aí em cima!

Pois, ámigo daqui vejo tudo, e mais… tudo, e tudo de tudo. Consegues imaginar? Dou a volta ao planalto e chego até espelho de água gigante, o mar! já ouviste falar?

Envergonhado o rochedo nem respondeu, pois na verdade nunca tinha saído dali, nem conseguia imaginar tal espelho ou que coisa é essa do mar!!

Ó LU, mas é longe esse mar? Não o podes cá chamar só para o conhecer e conversar com alguém de longe?

O Mar, o mar!!! o meu márito!! Sabes…. Respondeu ela corando!
Eu gosto dele!! … assim sabes?
Por isso ás vezes não volto, fico por lá a conversar, a contar os barcos, a ver os peixes, tudo coisas que não conheces, um dia explico-te!

No meio daquela converseta toda, desabafos e confidências ouviu-se ao longe… bem longe uma voz rouca baixinho baixinho… Lu anda! LU anda! LU Anda!
LUUUUUUUANDA!

E a lua virou-se para o rochedo o beijou-o na testa e calmamente seguiu caminho para ir ver o seu marito amado, lá para o lados depois do plano que ficava no alto comprido!

...e a lua sempre voltava para conversar com seu amigo de verdade...


(PS:dedico esta estória a todos os meus amigos de verdade, aqueles que estáo lá longe no plano comprido e alto (portugal e afins) e aos que estão junto ao mar e Luanda! )