terça-feira, março 31, 2015

E se fossemos dar uma voltinha - Destino, Barra do Dande

Já há muito tempo que não íamos para o Norte. Inicialmente queríamos ir até a Ambriz mas com a chuva dos últimos dias, e o mau estado da estrada, ficamos pelo meio caminho, ficando esse destino para uma nova escapadela.

Conforme referi atras, tem chovido imenso em Luanda, por isso e outras situações, as ruas da cidade e estradas de acesso à cidade estão um caos, de buracos, lama e poças lagos de água, mas a vida continua e quem por lá circula tem de se adaptar se quer passar. À custa disso fizemos um percurso alternativo, para fugir ás vias cortadas, por dentro do bairro do Sambizanga, e realmente quem vive ali é o verdadeiro guerreiro, e sobrevivente, sempre com um sorriso na cara, mesmo tendo água dentro de casa pelo joelho.

Depois de passar o centro urbano seguimos em direção ao norte, á foz do rio Dande. Nas suas margens existe uma povoação de pescadores, e na costa atlântica um extenso areal sublinhado a verde por palmeiras e coqueiros a perder de vista. Praia dos caranguejos e suas tocas, mar de águas quentes e turvas da areia pintalgada de quartzo.

Por ali, almoça-se o belo do cacusso com todos, feijão com óleo de palma, batata doce, mandioca e banana cozida, e caminha-se até não ter mais coragem.

Os índios, aproveitaram bem o espaço ao ar livre, para brincar no parque, tapar todos buraquinhos dos caranguejos, fazer corridas com o papá, Paxá e encontrar tesouros perdidos na areia.

No regresso ainda tentamos ir, à nossa, praia secreta mas,... o caminho não deixou! demasiada lama! Em alternativa seguimos rumo ao Caxito para anotar as diferenças desde a última vez que por lá passamos.


 





Cacusso com todos
 






O caminho para a praia secreta



 
Caxito: A Igreja principal e a nova ponte sobre um dos canais de água que acompanham a cidade e a estrada nacional. Vejam a diferença com o post do dia 11 de junho de 2013.
 



segunda-feira, março 30, 2015

Andam por aí muitas mãos-de-fada

Outro dia reparei que ainda não tinha mostrado aqui o tapete de carros, lindo, que os índios receberam um natal, feito pela tia C, uma mãos-de-fada que eu diria profissional apesar de ela dizer-se amadora!
Andei imenso tempo a tirar ideias da internet para fazer um tapete destes, mas como não tinha tecidos aqui na banda para o fazer  estava a adiar o projeto até conseguir reunir a matéria prima toda, mas tudo ficou resolvido quando se abriram os presentes de natal, e qual foi o meu espanto ao ver que o presente era precisamente o tal tapete de carros que andava a cozinhar. 
O meu não teria ficado melhor, até porque não sei fazer todos estes pontos de bordados, adoro todos os pormenores, as placas de sinalização, o estacionamento subterrâneo, a estação dos comboios e a linha de comboios, as casas pequena, média e grande que o JT já identificou como sendo de cada uma das avós e a casa "comprida" como sendo a dele lá no outro país onde temos de ir de avião.
Obrigada mais uma vez tia C. pelo presente magnífico e pelos momentos de brincadeiras a dois que lhes estás a proporcionar.


 
 

sexta-feira, março 27, 2015

E se fossemos dar uma voltinha? Destino, Muxima

Faz algum tempo que não partilho as "nossas voltinhas" cá pela banda de cá!
 
Num improviso e numa combinação de última hora, fez-se por destino, Muxima, o local sagrado, de peregrinação e de adoração da padroeira de Angola, Mamã Muxima.  A companhia não podia ser melhor, mána TM e madrinha NN, a responsável pela origem da nossa tribo, mais os seus Pachás.  

Este lugar mítico, tem uma intensidade tal dos elementos da natureza, água, terra, luz, que não deixa ninguém indiferente.

Encontrámos junto à igreja, um grupo de pessoas maioritariamente mulheres, faziam o percurso da ressurreição de cristo, rezando e entoando cânticos de fazer arrepiar qualquer cético.

Mesmo ao lado, nuns jangos abertos, lecionava-se catequese aos grupos de crianças que ordeiramente respondiam ás solicitações dos catequistas.
O índio M, ficou paralisado, primeiro com os cânticos, depois com os meninos da catequese, esteve que não esteve para se sentar ao lado deles, mas depois... regressou para se agarrar à minha perna.

Nos espaços vazios entre jangos, jardins, e igrejas, senhoras peregrinas acampavam em pequenas tendas com panelas e alguidares à mistura e crianças seminuas a brincar pelo chão.

O índio JT, corria esbaforido por todos os lados, tinha conhecidos 3 meninos que estavam lá talvez em peregrinação com as suas mães, e brincavam como se já se conhecem da escola.

No alto e atrás da igreja vê-se a antiga fortaleza, herança do colono, um pouco abandonada, sendo que, já lhe fotografamos melhores dias, e chama-nos para uma caminhada e mais umas fotografias ao horizonte verde e azul que dali se pode deslumbrar.

Seguimos caminho ao encontro das barraquinhas que vendem panos, terços e outras mesinhas religiosas, mais crianças seminuas correm a pedir uma fotografia, e puxam o índio mais velho que se esconde com vergonha no colo seguro. Sorrisos sinceros e marotos dessas crianças.

Como o calor aperta procuramos um sitio com bebidas frescas para acalmar a sede e por fim lá encontramos a venda, de 1900 e troca o passo, balcão corrido, prateleiras em todas as paredes, local escuro e fresco, comparado com os 36 graus exteriores. 
- Saiam daí umas cucas e água fresquinha, aqui para a malta, se faz favor!

As mamãs vestidas de roxo e branco, regressam a casa depois das suas rezas, e em grupo caminham em estilo de marcha dançante ao som dos seus cânticos religiosos.
Nós, entramos no carro, e regressamos também a casa, desta vez ao som das escolhas do papá, temperadas com sonoridades Afro beats, a combinar com a paisagem de embondeiros que nos acompanhará até meio do percurso até casa. Os índios abanam a cabeça e nós também. Chegámos cansados e felizes, com vontade de repetir sempre e mais vezes.





      fotografia da mana NN






                                              fotografia da mana NN


       fotografia da mana NN


       fotografia da mana NN

Bom fim de semana

quinta-feira, março 26, 2015

Andam por aí muitas mãos-de-fada

Desta vez vou mostrar as mãos-de-fada de alguém que nunca acreditou que poderia fazer qualquer tipo costura, e afinal revelou-se! Adoramos todos estes presentes que recebemos já algum tempo. 

O meu primeiro livro para o M:






O meu primeiro estojo para o índio JT:


E para mim um separador de livros:



Adoro os desenhos naïf, as cores, o reaproveitamento de tecidos velhos! Obrigada Raka! E não pares de te descobrires nesta faceta das costuras e bordados!
 
 

sexta-feira, março 20, 2015

Os presentes do super pai

 
O super-pai chegou mais cedo a casa, para irmos comer um gelado, mas o gelado virou jantar com direito a mousse de chocolate no fim, num restaurante ao ar livre que por surpresa nossa tinha musica ao vivo, um senhor o seu violão e uns acústicos boss nova muito bons, mais um mini parque com um simpática senhora a tomar conta da criançada que por lá estava! Correu tudo tão bem que nem queríamos acreditar! sim, porque isto de ir jantar fora com os índios tem muito que se lhe diga, e durante a semana tem tudo para correr menos bem!
Hoje de manha não houve birras, e pela primeira vez foram pelos seus pezinhos para a escolinha, até a D. Rosa se admirou!
Bora lá ter mais dias do super-pai?

quinta-feira, março 19, 2015

Dia do pai - remember you




escolhi esta música por ser uma das preferidas do papá pachá e por que o nome da música "remember you" serve de memorial para o melhor pai do mundo, o meu! estamos juntos!

terça-feira, março 17, 2015

Carrinho - Reutilização

Que agradável surpresa quando chego a casa e o índio de 2 anos mostra me, orgulhoso o carrinho novo que trouxe da escolinha! Eu olhei e com um sorriso rasgado de admiração perguntei, quem fez M? ao que ele responde, foi a tia!

Muito bem, fiquei contente por saber que na escolinha estão mesmo empenhados neste tema, primeiro começaram pelos fatos do carnaval e agora pequenos trabalhos nas salas. A verdade é que o carro é simples e todo estilizado, até o Pachá dos índios gabou o projeto.
E nós para aqui às vezes a dizer mal à toa das escolinhas e de tudo, muita coisa está a mudar por estas bandas, tudo tem de começar por algum lado…haja sensibilização e imaginação.
 


 

sexta-feira, março 13, 2015

Pulseiras dos super-poderes - cartão reciclado

JT, ajuda aqui a mãe, vai meter estes dois rolos de papelão do papel higiénico no caixote do lixo.

Sim mamã, e enfia os rolos nos punhos e imita que está a lançar teia de aranha ou sei lá que super-poder!
ALTO! Espera, espera vamos antes procurar mais dois rolos de papelão para fazermos umas pulseiras dos super-heróis.

Assim foi, 4 rolos de papelão do papel higiénico, cola de papel, folhas de papel colorido, tesoura, canetas, umas imagens dos símbolos dos super-heróis e um monte de tralha espalhada pela sala.
Resultado, o M fez colagens de recortes que estavam guardados na caixa da tesoura e da cola, o JT ora me ajudava ora chateava o mano, a mãe, é que acabou por fazer tudo!!
Mas digam lá, não ficaram giras?
 

quinta-feira, março 12, 2015

Mapa-mundo para crianças

Este mapa-mundo para crianças, comprado numa dessas feiras de livro, dentro de tendas, que existem espalhadas por Lisboa, custou a módica quantia de 3 euros, e mora lá em casa, e é viciante olhar para ele pois tem imensos pormenores, quando por ali nos sentamos ficamos eternos minutos a observar e conversar.

A última vez a conversa girou à volta de uma série de figuras de foguetões que descobrimos desenhados na Rússia e nos Estados Unidos.
 O índio grande perguntou, mama quando posso andar de foguetão? Porquê? Respondi. Para ir ter com o avô!
 Eu disse, o avô morreu e agora vive nos nossos corações! Ele pôs a mão ao peito e sorriu! E eu acrescentei, para andares de foguetão tens de estudar física e mecânica para poderes mexer nos mil botões do foguetão! Ele olhou e disse, está bem eu depois quero ir ao planeta onde vive o Mickey!
 Acho que o rapaz pensa que existe uma série de planetas onde vivem, tudo o que não é real, desenhos animados, o avô e os dragões!
 

sexta-feira, março 06, 2015

A festa de aniversário de um índio que virou pirata por um dia

É um marco importante fazer 4 anos, é quando realmente se tem consciência do que é fazer anos, o que são os números, conta-los e se anseia pela festa fazendo a contagem decrescente, neste caso foi desde Dezembro passado no aniversário do outro índio, onde ficou a indignação do porquê da festa não ser para ele também!

Festa infantil na banda é sinónimo de calor , reunião de amigos, adultos e crianças, pretexto para beber uns copos e conviver. Fazer anos no verão era o meu sonho de criança que nunca realizei e agora dou por mim a preparar tudo como se a festa fosse minha aos 4 anos.
E agora a Festa!
Tema: piratas
Local: quintal lá de casa
Bolo: mum´s homemade
Decoração: Improviso com algumas coisas compradas nas duas bandas de lá e de cá
Convidados:  Preferencialmente os amigos mais próximos com filhos. Sim, há exceções!
Atrações: piscina de 2 palmos de altura (eheheh)
Dress code: t-shirt ás riscas
Resultado:  boa disposição, umas fotos engraçadas (graças à nossa madrinha de coração), e uma casa de pernas para o ar que nos ajudou no final a fazer aquela alteração da disposição dos móveis da sala que pensávamos há muito e nunca arranjamos coragem para o fazer!

Foi assim, o índio pirata feliz e os papás gancho extenuadamente cansados mas felizes também!