Cape Town, em Africa do Sul, é uma daquelas cidades que se
pode visitar, e voltar a visitar, vezes sem conta e há sempre novidades para
ver, mercados de rua, galerias de arte, cafezinhos
urbanos, restaurantes com comida excelente e fresca, muitos parques e reservas
naturais para visitar com muitos trilhos para explorar, para quem gosta de
natureza mas sempre com a cidade ali ao lado, é um sitio excelente.
Os preços de alojamento, restaurantes, entradas de museus e
parques, são muito aprazíveis, e o atendimento é excelente, sempre atenciosos e
com uma solução, nunca se esquecem das crianças, nos menus dos restaurantes,
nos alojamentos, tem sempre direito a um lugar sem ser um improviso!
E este ano o carnaval foi diferente, fugimos aos disfarces,
às festas do tema, e partimos à procura de paisagens verdes, comida agridoce,
vinhedos, galerias de arte, arte urbana, ambientes descontraídos onde se
respira a cidade e a sua irreverencia, e sobretudo para ir ao concerto do
lendário “Sugar Man” em terras do arco-íris.
Jardim Botânico
Kirstenbosch – vale a pena passar lá o dia, passear pela “tree canopy”,
fazer um dos muitos trilhos que existem, com diversos graus de dificuldade, e como os índios, são verdadeiros índios, saímos da zona de conforto do parque, e
percorremos uma parte de um trilho de terra batida que sobe até ao topo do
Table Mountain, durante o percurso íamos nos cruzando várias vezes com uma
senhora que devia ter uns setenta anos, que caminhava sozinha, toda equipada,
com dois bastões, cabelo todo branco, que sempre que nos cruzávamos, sorria
para os índios e dizia “you are very brave boys”, ao que os índios perguntavam
o que ela estava a dizer, o papá Pácha respondeu, “sssshhhh é a avó do Yoda,
tem super poderes, por isso ela caminha assim na montanha, aparece e depois
desaparece! Ela disse que vocês eram também poderosos”, e assim meio enganados
caminharam quase duas horas sem resmungar sempre à procura de encontrar a avó
do Yoda, o verdinho da Guerra da Estrelas. No verão
há concertos de jazz ao vivo num auditório natural com o Table Mountain de
cenário de fundo, magnífico.
Cabo
da boa Esperança – Originalmente
chamado de Cabo das Tormentas,
o Cabo da Boa Esperança ganhou um novo nome em 1580, quando Bartolomeu Dias o
dobrou, representando a esperança de chegar às Índias. Hoje o Cabo da Boa Esperança faz parte do “Table Mountain National Park” e oferece uma grande variedade de espécies de vida selvagem e mais de 1.200 espécies de plantas nativas. Na ponta do Cabo há um farol que fica a 238 metros acima do nível do mar com um pequeno museu explicativo sobre o ponto mais a sul de todo o continente africano. Dentro do Parque existem muito trilhos para percorrer com diferentes graus de dificuldade, e sempre com a montanha e/ou o mar azul celeste de pano de fundo, mas cuidado com os babuínos pois eles andam por aí, e têm fama de ser “ladrões de tudo que brilha ou de bom sabor”.
Mais uma vez os índios deram à perna, fizemos um trilho de média dificuldade, desde o Farol até ao “verdadeiro” Cabo da Boa Esperança, e sim, cruzamo-nos com os babuínos selvagens, nesse instante já o nosso babuíno júnior passeava-se nas costas da mãe e o nosso outro babuíno JT, rapidamente subiu para as cavalitas da Raka só como percalço!
E aquele mar azul-turquesa! Sim! Sempre a atormentar para um mergulho? Mas nada! Sabem porque é que há pinguins? E focas e baleias por todo o lado? Simmmmmmmmm! A água é um GELO! Mais do que as águas do Minho lá para o norte da banda de lá! Desconseguimos, de verdade!
Praia dos Pinguins – Trata-se de uma
colónia de cerca de 3.000 pinguins que se instalou em Boulders Beach, uma praia
escondida entre rochedos vizinha à vila de Simon’s Town, onde se come o famoso
peixe frito com batatas fritas, que substituímos por marisco num restaurante
com vista sobre o mar e os leões marinhos como vizinhos. Na verdade
trata-se de uma famosa colônia de pinguins africanos , descendentes de um grupo
que se estabeleceu na zona no começo dos anos 80 e desde então a praia de
Boulders Beach tornou se uma grande atracção turística, até porque os seus
habitantes, os pinguins, são amigáveis e deixam que os observem por perto. A
entrada é paga e a visita é feita por um pequeno percurso ao longo da praia
sobre os calçadões de madeira construídos até à “Foxy Beach” que permite uma
excelente vista sobre a colónia. Quem é que adorou? Os índios!
Table
Mountain –
É uma das 7 maravilhas do mundo, e sem dúvida que merece o seu título. A formação da Table Mountain teve seu início há
mais de 250 milhões de anos e abriga diversas espécies de animais incluindo
pássaros exóticos e o famoso damão-do-cabo. Além disto o parque tem uma das
maiores concentrações de espécies de plantas por km quadrado, são mais de
1.300! Os trilhos pedrestes são umas das actividades mais procuradas, mas no
dia em que programámos subir ao pico da montanha estavam ventos ciclonicos e
por isso, toda a montanha estava fechada, tanto o teleférico/elevador
panorâmico quer os percursos a pé. Ficamos apenas pelo sopé, e pela
vista fantástica da cidaade lá em baixo e ao fundo o Oceano Atlântico, turquesa, atormentar por um mergulho, mas
como já o tinhamos feito há 5 anos atrás, sem índios e mais leves uns quilos,
não ficamos muito tristes, pois sabemos vai haver outras oportunidades de lá voltar.
Cape Town – Muita coisa para ver, monumentos, não foi a nossa prioridade nesta viagem, mercados urbanos, mercados de artesanato, gostámos especialmente do mercado “NeighbourgoodsMarket”, que fica no bairro Hoodstock e acontece todos os sábados, onde encontrámos um ambiente urbano eclético, com musica ao vivo, bons vinhos, comida de fusão de todo o mundo, venda de legumes e fruta, lojas de decoração, roupa e não só de jovens designers, valeu a pena passar lá o fim da manha e almoçar a Focásia com chá gelado de roibos.
No centro da cidade existem pequenas galerias de arte, que abrem ao publico à noite uma quinta-feira por mês, uma espécie de romaria pelo centro das cidades entre galerias e bares e muita gente jovem na rua a conviver!
Num outro bairro encontramos uma loja vintage tipo armazém de venda de peles, e em frente, a famosa “Charly´s Backery”, que na nossa opinião tem mais aspecto do que propriamente sabor, onde aproveitamos para um café e provar as bolachas coloridas.
No geral a comida é excelente, se fugirem à fastfood, a cozinha é de fusão, cozinha sul africana, tudo muito bem combinado e apresentado, um deleite para os olhos e para as papilas gustativas, que viciadas com tanto frango, cacuso e funge, sobem aos céus com tanta cor, harmonia nos sabores e temperos.
Concerto do “Sugar Man” – Rodriguez –
quem ainda não viu o filme documentário deste senhor que procure ver, e depois
vejam se tínhamos ou não razão por querer ir aqui ao lado ver este senhor ao
vivo! Valeu a pena! Ele já está velhinho mas mesmo assim manteve o “feeling”!
Quem foi ao concerto? Quem foi? Os índios!! Ok, ok, não é sitio para crianças, mas
a nani desconseguiu-se e tínhamos os bilhetes na mão, e lugares sentados,
sendo assim fomos todos! Eles dormiram quase o concerto todo, pois a musica foi
sempre muito calminha, e bem, mas agora até aos 18 anos não voltam a ter a
experiência do género..
Visita às vinhas – Não estava no programa, mas
os ventos ciclónicos mandaram-nos procurar a bonança nos vinhedos, e assim foi.
Ficamos pela vinha mais perto de Cape Town, visitamos calmamente a quinta,
museu e a prova dos vinhos que nos fizeram abrir o apetite e as gargalhadas,
que isto de fazer prova de 6 vinhos logo pela matina tem muito que se lhe
diga...
Índios à solta, no meio da natureza, a rebolar
relva a baixo, famílias a fazer pic-nic e a beber vinho descansadamente nos
jardins da quinta, e nós a comer costuletas de borrrego regadas de um belo
vinho da casa, e assim passamos o verdadeiro domingo de família, o ultimo dia
de férias.
4 dias, mil emoções, cada minuto gravado minuciosamente na nossa mente…
para nos alimentar os pensamentos quando estivermos envoltos na “poeira” do
nosso dia-a-dia da banda de cá.
...e digam lá, não haveremos de lá voltar? tshhh!
está mesmo aqui ao lado....
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1 comentário:
Que inveja e sede de estar lá convosco.
Obrigada pela viagem imaginária.
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